30/08/2011

NOOSFERA, CIBRIDISMO, CONECTIVISMO COMO ELES AFETARÃO NOSSAS VIDAS - UMA VISÃO GERAL

As expressões acima destacadas serão cada vez mais comuns em nosso dia a dia dentro das Instituições de Ensino Superior. Realmente, são expressões novas e que ao longo de sua existência seu cerne foi desviado, mas acima de tudo, são expressões de suma importância, pois trabalham novos estudos e novas linhas de raciocínio que modificarão e já modificam a relação de aluno, escola, professores, metodologias, etc.

A NOOSFERA é identificada como sendo a “esfera ou camada do pensamento humano”, sendo defendida como a terceira fase do desenvolvimento humano sendo antecedida pela GEOSFERA e BIOSFERA. O conceito da NOOSFERA é atribuído ao jesuíta Pierre Teilhard de Chardin (1881 a 1995), filósofo e paleontólogo francês, que defendeu a existência no mundo de uma camada criada pelas ideias fomentados por produtos culturais, línguas, teorias e conhecimentos. Seguindo esta linha todos contribuímos com essa NOOSFERA quando nos comunicamos, trocamos e publicamos nossas discussões.

Vivemos em tempos exponenciais quando pensamos na discussão e publicação que atingem níveis jamais vistos, tendo como grande propulsor a internet, o correio eletrônico, os sítios eletrônicos, blogs e mídias sociais comungando com poderosas ferramentas de buscas, como o Google, onde temos visivelmente informações tão acessíveis que podemos deixá-las quase palpáveis, formando assim uma grande crosta, que Chardin defenderia como sendo a terceira fase do desenvolvimento do planeta.

O CIBRIDISMO trouxe uma linha de discussão muito interessante para a academia ao trazer a intrigante pergunta: onde termina meu corpo e começa minha máquina? Hoje, já temos estudos que nos mostram que essa distinção é cada vez menor, quem sabe a mesma nem exista mais (esse é meu humilde ponto de vista).

Estudos publicados neste ano de 2011 pela Universidade do Sul da Califórnia, liderados pelo Dr. Theodore Berger, onde foram mapeados cérebros de ratos, ligando aos mesmos eletrodos com chip de memória verificando-se que os mesmos passaram a identificar e armazenar em mídias externas memórias de atividades praticadas.

Não muito longe, muitos estudos nos mostram que nossas máquinas, principalmente após a revolução trazida com os “mobiles”, já exercem funções antes somente realizadas pelo nosso cérebro, como é o caso dos números de telefones. Segundo alguns pesquisadores o nosso cérebro já entende que os celulares (com suas agendas eletrônicas) são extensão de memória e local ideal para guarda desse tipo de informação.

Como o volume de informações aos quais estamos obrigados a lidar em nosso cotidiano, a mesma lógica está ligada que determinado tipo de informação transfere para nossos computadores pessoais a obrigatoriedade de guarda.

Dessa forma, entendo que a discussão inicial do CIBRIDISMO corpo e máquina é nula tendo em vista que mesmo não fazendo parte do meu corpo físico a máquina está assumida pelo meu corpo mental. Outra discussão interessante de sermos ou estarmos on e off estamos cada vez mais on. Com a globalização, recebemos demandas de todos os cantos do mundo, estando sempre aptos a nos relacionar, através de nosso correio eletrônico, redes sociais, sms, entre outros, que mesmo estando nosso corpo físico às vezes dormindo, nosso corpo mental já incorporou essas outras ferramentas como sendo extensão do mesmo, o que nos deixa sempre on.

Dentro dessa nova realidade, podemos iniciar a discussão do CONECTIVISMO, pois estamos conectados sempre, e com isso, aprendemos a todo tempo, em todos os lugares, de diversas formas e de diversas fontes. Assim, o CONECTIVISMO se coloca como uma nova corrente que defende que o modelo de ensino aplicado hoje deverá ser revisto para que envolva mais de um momento ou modelo que é conhecido por todos na qual damos o nome de “sala de aula”.

Dentro dessa nova filosofia, muitas instituições levaram suas aulas ou compromisso para fora da sala de aula, muitas vezes extrapolando os muros do campus. Mais do que nunca, misturar experiência e ensino tem dado certo para que a mais nova geração sinta-se atendida por completa pelas antigas IES.

Aulas ministradas em parques, navios, viagens, muitas vezes misturando lazer, turismo e ensino tem se transformado em casos de sucesso. O horário também vem sendo extrapolado através da utilização das redes sociais onde os assuntos são iniciados em sala de aula tendo sua discussão estendida por tempo indeterminado, transformando-se inclusive em material para consulta e estudos posteriores. Trabalhar as redes sociais na educação tem sido uma forma de perpetuar, registrar o que está sendo discutido em sala de aula.

Importante perceber que a cada dia o nosso mercado e sociedade estão se “virtualizando”, transformando o meio eletrônico em um caminho sem volta também para o setor educacional que cada vez mais terá que lutar pelo seu espaço. Não podemos deixar que nossas IES se transformem em motivo de desamino ou representem pouca atração para os alunos, pois esse seria o nosso fim.

São cada vez maiores as facilidades encontradas pelos jovens para localizar assuntos interessantes na INFOERA. Nunca tivemos tantos autodidatas, pois o meio eletrônico nos ensina como se faz desde um simples nó de gravata até algo mais complexo como plantas de usinas nucleares. A pesquisa se torna instigante e a busca pelo conhecimento é uma necessidade nesses casos, a busca por algo que até então se imaginava impossível.

Nessa realidade as IES devem repensar suas metodologias e admitir que sues professores não podem mais se limitarem ao ensino dado em sala de aula. É preciso estimular e orientar, pensando sempre que a sala de aula poderá ser o início, mas nunca o fim do processo. É preciso estimular a pesquisa e mostrar que somos parceiros e não concorrentes. Estamos juntos construindo um pensamento. Precisamos que as Instituições deixem seus alunos pensarem, pois o método da repetição e do “sempre foi assim” não irá satisfazer as expectativas das novas gerações.

Pensem sobre o assunto e não deixem que as suas Instituições continuem a reboque.

Um abraço a todos, Tiago Muriel.

Um comentário:

  1. Muito bom artigo, Tiago, e isso nos mostra que a capacidade que vem crescendo no ser humano, é a do processamento, das habilidades e competências, uma vez que a de maior capacidade de memória já está sendo direcionada para os tablets. Podemos notar exatamente a facilidade com que os nativos digitais manipulam esses aparelhos e sabem armazenar e buscar com muito mais rapidez que os imigrantes digitais, corroborando com a definição do termo cibridismo. Parabéns!

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